segunda-feira, 9 de maio de 2011

Quando a moda muda?

Qual o intuito original da moda? Em seu sentido mais geral e literal.
Gosto de pensar que é o de expressar a visão de mundo de uma geração, uma vez que uma nova moda surge à medida em que um grupo passa a se ver (e ver o outro) de maneira diferente.
E isso acontece tanto quando pensamos em uma moda bem abrangente (como a das calças jeans), como a uma moda associada a grupos mais restritos (corsets, por exemplo, relacionados aos praticantes de S&M ou mesmo aos góticos). Sempre há algo de universal, de representativo do momento em que essas pessoas vivem, e que se reflete na forma como se vestem.
É claro que a moda, muitas vezes, tem o único objetivo de alimentar a vaidade humana, e consequentemente, o consumismo das classes mais favorecidas. Afirmar o contrário seria o mesmo que negar nossa própria natureza individualista. Mas ainda assim, é interessante notar que determinadas tendências nem seriam possíveis de ser "implantadas" e "disseminadas" se não houvesse algo inerente a elas, algo de universal com o que a geração-alvo em questão pudesse se identificar.
Ultimamente tenho pensado nisso ao observar jovens e adolescentes desfilando sem rumo pelas ruas da cidade. E, muitas vezes, acredito ser capaz de conhecer o íntimo de alguns deles, pelo simples fato de saber analisar a forma como ele/ela se veste. Não tenho com isso, a intenção de julgar o estilo adotado por cada um. Pelo contrário, acho interessantíssimo que as pessoas mal pareçam perceber como se mostram, se "entregam" ao olhar do mundo através de suas roupas.
Vejo por aí meninas que se vestem como princesas modernas, básicas ou extravagantes, ou como femme fatales, a níveis de vulgaridade diversos, esperando por alguma espécie de resgate de conto de fadas, ou por algum insight que lhes mostre que caminho tomar.
E vejo meninos se esforçando cada vez mais para mostrar que não se importam, enquanto se ajeitam diante do espelho do carro, ou arrumam seus cabelos, de maneira envergonhada, quando se veem obrigados a se livrar do boné. Seus olhos também brilham diante de um par de tênis da Nike.
E em meio a eles (buscando se misturar, eu diria), vejo também meninos e meninas que não se contentam com seus respectivos papéis na sociedade. Elas se vestem como príncipes, com suas calças baggie, suas correntes e seus tênis surrados, e eles se vestem como princesas, com suas calças skinny e suas franjas cuidadosamente postas sobre os olhos.
Talvez isso não revele quem são, seria muita presunção supor algo semelhante, mas acho sim que isso revela uma parcela do que sentem. A moda surge devido aos sentimentos de insatisfação da geração, é o que penso. E ela muda quando esses sentimentos mudam. Acredito, é claro, que cada geração veja o mundo de forma diversa. Mas acima de tudo, acredito que todos, independente do momento em que estão vivendo, querem ser vistos e compreendidos pelos demais. Sem o uso de palavras.
Isso é a moda.
E todos querem ser salvos.

quarta-feira, 23 de março de 2011

Which classic 1930's actress are you?

Fiz o teste no Quizilla. Eis o resultado:



Cute as a button and sweet as homemade apple pie, you simply ooze class and old world sophistication. You're an amiable soul with a great sense of humor, that makes almost everyone that comes in contact with you adore you from the get go - except for certain costume designers *cough* Edith Head *cough* But she's just jealous of your wylin out sense of style. ;-)
A tad on the spoiled side because of your semi-privileged upbringing, you're still one of the most generous and compassionate people around. You're also a very gifted actress, and while you are extremely proud of your cinematic accomplishments, you prefer doing theatre to film.

terça-feira, 8 de março de 2011

Sempre que olha pela janela, vê um mundo de possibilidades não exploradas.
Tem certeza de muitas coisas, mas prefere fingir que está em dúvida.
A certeza sempre a assusta mais que a dúvida.
Entende que 'não saber' é mais fácil, mais cômodo, mais prazeroso.
Quando se dá conta de que sabe muito bem o quer, se afasta.
Se afasta das próprias vontades.
Constrói todo um universo maravilhoso de dúvidas,
onde não há espaço pra certeza.
Porque a certeza é uma só.
Então finge não saber onde está, e caminha...
porque quer estar em todos os lugares.


ps: texto inspirado na ótima música "Automatic Stop", da banda The Strokes.

quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Passeio

Ana caminha pela rua, respirado fundo. "Não deixe que esses pensamentos invadam sua mente..."
O dia está ensolarado, os pássaros cantam e tudo está bem. Por que essa necessidade de que tudo não esteja bem? Por que você não quer ser feliz?
Ana se pergunta.

"Mas eu quero ser feliz!", responde então a própria pergunta.

Não se engane, Ana... Eu conheço você... Eu sou você. Você precisa dessa pequena dosagem de angústia.
A melancolia é sua droga favorita. Você não suporta a tranqüilidade por muito tempo.

"Suporto sim! É tudo o que quero! Quero ter paz!"

Não quer não, Ana... Você está apaixonada por sua própria insatisfação pessoal. Precisa dela pra se sentir especial, diferente dos outros.

"Mas eu sou diferente! Quantas pessoas que você conhece caminham pela rua conversando com elas mesmas sobre esse tipo de coisa?"

Isso não quer dizer nada. Todos pensam na vida de vez em quando. Essa é uma das características mais banais do ser humano.

"Por que me faz pensar nisso? Por que não me deixa em paz?"

Porque você não quer que eu te deixe em paz. E eu nem poderia, mesmo que quisesse. Sou parte de você.

"Você me pergunta por que eu não quero ser feliz.... É você que não me deixa ser feliz!"

E isso é o que você mais gosta em mim, não é?

Ana suspira. Mais uma vez, perdendo a discussão pra si mesma.

"Nunca vou ser como eles, não é? Não importa o que eu faça. Nunca serei feliz como eles..."

Não me faça rir. E não se vanglorie tanto, Ana.
Ninguém é feliz.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Memórias de um tempo

Então a gente resolveu que ia ao cinema naquela quinta à tarde. Eu nunca tinha entrado numa sala de cinema e imaginava algo parecido com uma sala de teatro. Eu não gostava nem um pouco do teatro porque a gente tinha que ficar quieto por muito tempo e eu queria conversar sempre, falar que eu não tava entendendo nada, ou perguntar se faltava muito pra acabar. Minha mãe ficava uma fera e dizia que nunca mais ia me trazer pra ver uma peça.
E eu pensava "Tomara mesmo!", mas não falava nada porque sabia que o ingresso tinha sido caro.

Mas isso não importava porque o cinema ia ser diferente. Meu primo Rodolfo tinha me dito que iam apagar todas as luzes e que se eu começasse a chorar, ia levar um tapa na cabeça. Eu respondi que não era criança e não tinha medo de escuro, não! Ele deu risada e falou que queria só ver. Então a gente foi.
Aí assim que a gente entrou, eu vi que o lugar era mesmo grande e parecia um teatro. Dei uma desanimada, porque eu achava que ia ser mais bonito, só que não era. A diferença era que tinha muita gente comendo e fazendo barulho com aqueles sacos de papel cheio de pipoca. Minha tia tinha dito que se a gente gastasse dinheiro desnecessário com aquelas porcarias, ela ia contar pro meu tio e aí sim a gente ia ver o que era bom pra tosse.
Então a gente entrou de mãos vazias mesmo e logo que a gente sentou na fileira do meio, comecei a escutar uma mulecada que mascava chiclete alto, com a boca aberta. Isso eu sempre achei uma grande falta de educação, mas como era minha primeira vez no cinema, pensei que talvez fosse normal fazer aquilo ali.
Então uns minutos depois, a luz se apagou. Eu fechei os olhos e prendi a respiração. Era agora que a mágica ia começar. Meu primo Rodolfo me cutucou, falando que se eu ficasse de olho fechado não ia ver merda nenhuma.  Então eu abri os olhos com algum receio. Uma tela grande se acendeu na nossa frente e eu achei que era uma das coisas mais legais que eu já tinha visto. Então fui olhando à minha volta, procurando pela reação das outras pessoas diante daquela coisa fabulosa. Umas crianças sentadas logo a frente, gritavam e jogavam pipoca uma nas outras. E eu achei aquilo um desperdício de comida. Alguém mais a frente soltou um "shiuuu!" irritado, mas isso só fez aumentar a algazarra, e logo se seguiu uma repetição de "shiuuuus" zombadores, o que fez com que o dono do "shiuuu!" original ficasse quieto.
 Um casal de namorados, uma moça loira de cabelo liso e um cara de cabelo cacheado e óculos, davam risadinhas e  faziam cochichos na frente da poltrona do meu primo Rodolfo, e eu ri alto quando ele chutou com tudo a parte de trás da poltrona da loira, perguntando se eles não preferiam ir pra um motel. Eu nem sabia exatamente o que é que as pessoas faziam no motel, mas sempre que alguém usava essa palavra, eu achava engraçado pacas.
Uns vinte minutos depois aparecia uma família inteira, pai, mãe, filhos e sobrinhos carregando sacos de pipoca enormes e copos de refrigerante, pedindo licença e passando na nossa frente, pra ver se encontravam um lugar no escuro. "Ana, Aaana! Ali acho que tem lugar, olha! Não, ali!" e o cinema todo pareceu se irritar com aquele grupo de atrasados. Todos se moviam em suas poltronas, se sentindo desconfortáveis com a interrupção. Alguns até xingaram e eu ouvi dois palavrões que nunca tinha ouvido antes. Um começava com "c" e o outro com "p". E não, esse segundo não era "puta" não, porque isso eu sempre ouvia em casa quando tinha jogo do Palmeiras. Tratei de guardar aquelas palavras novas no fundo do cérebro, mas só cheguei a usar elas uns quatro anos depois.
Foi quando vi uma bolinha de papel voando em direção à minha cabeça. Acertou meu olho e eu dei um berro, mais de susto que de dor. O Rodolfo perguntou porque eu tava fazendo aquele escândalo e eu disse que tinham jogado a bolinha em mim. Então ele disse pra eu jogar de volta na cabeça do desgraçado, mas eu não sabia de onde ela tinha vindo. Me ajoelhei na poltrona e mandei a bolinha de papel longe, e vi que tinha acertado alguém lá na frente. Ouvi umas risadas, e uns minutos depois, era chuva de bolinha de papel vinda de todas as direções. Logo vinha o lanterninha perguntando quem é que tinha começado aquela balbúrdia, balançando a luz do farolete na cara de todo mundo, e o cinema todo se aquietou em cumplicidade. E foi só então que eu me dei conta de como o cinema e o teatro eram diferentes.
Nunca me diverti tanto como naquela primeira vez.
Não lembro o nome do filme.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Brincadeira da Tag

Vi a brincadeira no Quarto 217.



As regras são simples:

1 – Colocar o selo da tag no post;
2 – Listar:

10 ou mais coisas sobre você (qualquer coisa);
5 ou mais manias (esquisitices) suas;
5 ou mais coisas que te irritam;
5 ou mais coisas que você adora;
5 hobbies seus;
5 coisas que (quase) ninguém sabe sobre você;
seu maior sonho;
seu maior medo;
as coisas mais importantes na vida pra você.

3 – Passar a tag para mais 5 pessoas.

OBVIAMENTE não é preciso escrever tudo, pode omitir algumas perguntas ou não responder. É uma brincadeira, não uma visita ao psicólogo!


Minhas respostas:

10 ou mais coisas sobre você (qualquer coisa):

- Adoro escrever, mas sou extremamente preguiçosa.
- Sempre estive acima do meu peso ideal e essa é uma das maiores frustrações da minha vida.
- Gosto de ler e assistir filmes, mas a música é, sem dúvidas, minha forma de arte preferida.
- Tenho facilidade em expressar minhas idéias, mas uma imensa dificuldade em expressar meus sentimentos.
- Amo cultura japonesa (pop e tradicional) com todas as minhas forças. 
- Não lido bem com críticas (ainda que esteja tentando melhorar nesse aspecto).
- Sou orgulhosa ao extremo, e considero esse meu maior defeito.
- Aprendi a ler sozinha, com gibis da Turma da Mônica.
- Sempre detestei ir à escola, apesar de ser uma grande CDF.
-  Na maior parte do tempo, gosto de ficar sozinha.

5 ou mais manias (esquisitices) suas:

- tenho diálogos imaginários com pessoas conhecidas e personagens fictícios (criados por mim).
- não consigo pegar no sono se a porta do quarto estiver aberta.
- odeio falar ao telefone, principalmente quando sou eu quem liga.
- não consigo comer nada antes das 10h.
- coleciono meias 3/4.

5 ou mais coisas que te irritam:

- Falta de educação.
- Fofoca.
- Pessoas se intrometendo na minha vida e nas minhas escolhas.
- Não conseguir fazer algo à altura do que era almejado.
- Condescendência.

 5 ou mais coisas que você adora:

- Conversar com meus amigos.
- Ficar sozinha em casa.
- Ir ao cinema.
- Visitar lugares onde haja diversidade cultural.
- Tirar fotos.

5 hobbies seus:

- Ouvir música.
- Assistir meus seriados favoritos na TV.
- Escrever.
- Navegar pela internet.
- Ler e discutir sobre assuntos que me interessam.

5 coisas que (quase) ninguém sabe sobre você:


- Até aproximadamente meus 15 anos, sofri de uma timidez quase patológica.
- Adoro dançar e fiz parte de um grupo de street dance por cerca de dois anos.
- Morria de medo que descobrissem na escola que eu não sabia andar de bicicleta (ainda não sei).
- Fico magoada facilmente, ainda que disfarce bem.
- Acredito que todos têm o direito de não compartilhar certos aspectos de sua vida com ninguém.

Seu maior sonho:
Trabalhar com algo que me dê prazer e que me permita conhecer lugares diversos.

Seu maior medo:
Não alcançar a plenitude profissional e me distanciar das pessoas que eu amo.

As coisas mais importantes na vida pra você:

Minha mãe, meus amigos e minha realização pessoal e profissional.

Amigos para participar da brincadeira: 
 ...e quem mais quiser participar! ^_^ 


Dez coisas sobre...

Estava em Santos na semana passada e enquanto esperava pelo almoço, resolvi ler um dos jornais locais. Além das costumeiras chamadas policiais e fofocas em geral, encontrei uma seção muito interessante chamada "Dez coisas sobre". E resolvi adotá-la no blog. De tempos em tempos, postarei dez coisas sobre... qualquer coisa. Especialmente lugares e pessoas importantes pra mim.
Então hoje, inicio o segmento falando sobre ninguém menos que... minha mãe. Coisas que aprendi sobre ela durante minha vida.

Dez coisas sobre... minha mãe.

1 - Adora filmes de terror e suspense (com preferência pelos trash/sangrentos).

2 - É alérgica a qualquer tipo de perfume.

3 - É obcecada por limpeza e organização.

4 - Adora séries de investigação.

5 - Seu passatempo favorito é jogar bingo.

6 - Abomina lentidão (preza eficiência).

7 - Odeia comédias americanas.

8 - Seu doce preferido é pudim de leite condensado.

9 - Ama sapatos e bolsas.
 
10 - Adora cuidar de plantas (especialmente orquídeas).