quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Idealista (aka: eternamente frustrado)

Fiz o teste de personalidade do site inspiira, indicado pela garota no hall e eis o resultado:

*suspiro diante do inevitável*


INFP - O Idealista


“Para o INFP cura significa reparar aquelas divisões que atormentam a vida privada e os relacionamentos de uma pessoa. Isso significa cuidar de si mesmo e relacionar-se com outros de uma maneira conciliadora, ajudando a restaurar a unidade, a integridade perdida, ou o que INFPs chamam de "unicidade". Esses Idealistas apresentam uma face tranqüila e visivelmente agradável para o mundo, mas apesar de toda aquela aparência de ser uma pessoa gentil e fáceis de se lidar, interiormente eles são tudo menos serenos, tendo uma capacidade de importar-se não geralmente encontrada em outros Tipos.(...)
Eles baseiam sua auto-imagem em serem vistos como empáticos, benevolentes e autênticos. Frequentemente entusiastas, eles confiam na intuição, anseiam por romance, buscam identidade, reconhecimento de valor, e aspiram pela sabedoria do sábio. Intelectualmente eles têm a tendência de praticar a diplomacia muito mais do que a estratégia, logística e especialmente a tática. (...)
Isolados pelo sua reclusão e pela sua raridade (cerca de um por cento da população), o seu idealismo os deixa se sentindo ainda mais isolados do resto da humanidade. (...)
Com pais que requerem deles que sejam sociáveis e habilidosos de formas concretas, Idealistas chegam a enxergar a si próprios como patinhos feios. Outros tipos podem não se importar para as expectativas parentais que não se encaixam com eles, mas não os INFPs. Desejando satisfazer seus pais e irmãos, mas não sabendo ao certo como fazê-lo, eles tentam esconder suas diferenças, acreditando que eles são sem valor por serem tão fantasiosos, tão diferentes de seus irmãos e irmãs mais sólidos. Eles se perguntam, alguns deles para o resto de suas vidas, se eles são legais. Eles são completamente legais, somente diferentes dos outros cisnes criados em uma família de patos. (...)
Avaliando coisas e tomando decisões, Idealistas preferem seguir sua intuição, ao invés da lógica. (...) Impressões são obtidas de uma maneira fluida, global e difusa. Metáforas vêm naturalmente para eles mas podem ser forçadas. Eles têm um dom para interpretar símbolos, tanto quanto criá-los, e por isso escrevem de maneira lírica, poética. Eles mostram uma tendência de tomar liberdades deliberadas com a lógica, acreditando como eles fazem (e diferente dos Racionais) que a lógica é algo opcional.(...)
No trabalho, Idealistas são adaptáveis, saúdam novas idéias e novas informações, são bem conscientes das pessoas e seus sentimentos, e se relacionam bem com a maioria dos outros, embora com alguma reserva. Eles não gostam de interrupções telefônicas e trabalham bem sozinhos. Eles são pacientes com situações complicadas, mas impacientes com detalhes rotineiros. As escolhas de carreira dos INFPs deveriam tender para o ministério, trabalho missionário, serviço social, pesquisa bibliográfica, tutor, aconselhamento de crianças, ensino de nível superior em humanas- e longe dos negócios. (...) Eles têm um interesse natural em atividades eruditas e demonstram, como fazem os outros NFs, uma facilidade notável com linguagem. (...)
Eles gostam de viver em harmonia e eles seguem por grandes distâncias para evitar conflito interpessoal. Eles são sensíveis aos sentimentos dos seus parceiros e apreciam satisfazê-los, apesar deles poderem ter dificuldade em expressar interesse e afeição aberta e diretamente.”

sábado, 4 de dezembro de 2010

...

As pessoas se vão. E não há consolo na perda. Há apenas... perda. Alívio não é consolo, conformismo não é consolo, compreensão não é consolo. Porque a verdadeira perda implica não só a perda do outro, mas uma perda de si mesmo. De uma parte de você que nunca mais será encontrada.
Por isso as pessoas mudam. É a perda que muda as pessoas.
Pode ser uma mudança pequena ou grande, não importa. E se ela é boa ou ruim, nunca saberei dizer.
Mas não posso deixar de observar que o momento da perda é definitivamente o momento de transformação.
E transformações são sempre significativas.
Há significado na perda, pois só através dela entramos em contato íntimo com nossa existência.
Sinto-me melhor em pensar que há então, se não um consolo, ao menos um conforto resultante dessa intimidade.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Sayounara, Kagrra

Omou (Memória)

Dispersando a memória fugazmente

A tristeza come o meu coração,vagueando nestas trilhas
Meu passado preso em um espelho, minhas cicatrizes descrevem fielmente
As gotas pingam no escuro
Mesmo as memórias de hoje retornaram à lua, desvanecendo-se de forma que nem mesmo o vento pode alcançar

Eu admiro as pessoas brilhantes, amarradas a uma maldição chamada sonho
Eu não tenho feito nada a não ser correr disso, mas eu estou consado e quero me deitar e dormir

Preso pela escuridão caótica

Mesmo as memórias de hoje retornaram à lua, desvanecendo-se de forma que nem mesmo o vento pode alcançar.

Dispersando a memória fugazmente

Minha dor eu esquecerei, se somente a cor e o tempo desaparecerem
Mesmo as memórias de hoje retornaram à lua, desvanecendo-se de forma que nem mesmo o vento pode alcançar.

O sofrimento ecoa mais uma vez.

Minha homenagem à maravilhosa banda Kagrra, que anunciou sua separação depois de 10 anos de carreira.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

O grande livro

Quando tinha 9 anos, li em um livro que Deus me amava e que eu devia amá-lo acima de todas as coisas. Ele havia criado tudo (criado minha mãe e meus avós) e eu tinha um certo medo de que, se eu não o amasse, isso poderia ser tirado de mim.
Então eu dizia a mim mesma que o amava. Primeiro a Deus, depois a minha mãe e meus avós. Eu tinha que amar o criador daquilo que eu amava. O escritor antes da obra. O diretor antes do filme. O pizzaiolo antes da pizza. 
Mas qual é o problema de se amar o produto final, apenas? 
Deus não ficará feliz se eu disser "Eu amo minha mãe, meus amigos, meu animal de estimação"? "Eu amo essas pessoas que você criou, cara!" "Eu amo a capacidade que algumas pessoas têm de criar coisas belas!" "Eu amo as coisas belas! As coisas feias! As coisas sujas!"
"Ah, como eu amo as coisas sujas..."
"Legal que essas pessoas que você criou possam ser tão sujas..." "Porque assim eu vejo que são como eu, e isso não é tão ruim assim, né?"
"Né, Deus?"

Eu sinceramente acho que ele não se importa, não. Se eu amar todas essas coisas e não pensar muito nele... E não dar muita atenção pra esse livro aí que fala por ele. E escrever "ele" com letra minúscula.
Eu acho, de verdade, que ele não liga pra essas bobagens.
"Nunca te vi, mas adoro sua pizza, viu. É uma delícia."

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Fim da tarde

Me perco em minhas tantas faces. Me perco nelas.
Finjo para sobreviver.
Finjo para trabalhar.
Finjo para meus amigos.
Finjo para meus amores.
Finjo para ser amada.
Finjo para que os outros se sintam à vontade ao meu lado.
O que me aflige é ter que fingir para proteger quem não tem importância nenhuma.
Eu os protejo de mim. E eles saem ilesos da minha companhia.
Eu os toco onde querem ser tocados, me mostram suas almas, seus medos, sua verdade.
E eles tocam o véu que cobre meu rosto, e pensam que tocaram meu coração.
Que engraçado.
Eles pensam que tocaram meu coração.
                                                                                                               

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Meus amigos

 My friends - Red Hot Chilli Peppers

My friends are so depressed
I feel the question
Of your loneliness
Confide... `cause I'll be on your side
You know I will, you know I will


X Girlfriend called me up
Alone and desperate
On the prison phone
They want... to give her 7 years
For being sad


I love all of you
Hurt by the cold
So hard and lonely too
When you don't know yourself


My friends are so distressed
And standing on
The brink of emptiness
No words... I know of to express
This emptiness


I love all of you
Hurt by the cold
So hard and lonely too
When you don't know yourself


Para meus amigos, que assim como eu, não são capazes de suportar o peso da felicidade plena.

domingo, 17 de outubro de 2010

Queria poder expressar o que eu sinto por você, meu Tatsuru



"I love you, Tatsuru.
But I don't know in what way. I'm not so sure yet whether as a lover or a friend. 
Or as something else.
I don't know how to say it. But I think it's a good feeling.
The feeling I have... or the relationship I want with you... is not to be lovers.
How should I say it? I can't express it well.
I'll just go buy something."

                                                                                       Hatachi no Binetsu

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Sonhar

"'Quanto maior for o poder imaginativo de um homem, mais insatisfeito será este.' Por isto é que com um menino imaginativo é sempre mais dificil de se lidar; está mais vezes triste e mal-humorado como um macaco do que feliz e contente como uma vaca."

"Alguns sonham um pouco mais que os outros, como em cada família há uma criança que sonha mais e talvez uma outra que sonha menos. Devo confessar minha preferência pela que sonha. Geralmente é  a mais triste, mas não importa; também é capaz de maiores alegrias, emoções e êxtases."

                                                             A importância de viver - Lin Yutang

domingo, 10 de outubro de 2010

Ditadura interna

Deus lhe pague
                                            Chico Buarque

Por esse pão pra comer, por esse chão pra dormir
A certidão pra nascer, e a concessão pra sorrir
Por me deixar respirar, por me deixar existir
Deus lhe pague

Pelo prazer de chorar e pelo "estamos aí"
Pela piada no bar e o futebol pra aplaudir
Um crime pra comentar e um samba pra distrair
Deus lhe pague

Por essa praia, essa saia, pelas mulheres daqui
O amor malfeito depressa, fazer a barba e partir
Pelo domingo que é lindo, novela, missa e gibi
Deus lhe pague

Pela cachaça de graça que a gente tem que engolir
Pela fumaça, desgraça, que a gente tem que tossir
Pelos andaimes, pingentes, que a gente tem que cair
Deus lhe pague

Por mais um dia, agonia, pra suportar e assistir
Pelo rangido dos dentes, pela cidade a zunir
E pelo grito demente que nos ajuda a fugir
Deus lhe pague

Pela mulher carpideira pra nos louvar e cuspir
E pelas moscas-bicheiras a nos beijar e cobrir
E pela paz derradeira que enfim vai nos redimir
Deus lhe pague

Versão de Elis Regina: http://www.youtube.com/watch?v=pODeQioMGRU&feature=related

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Flerte com a queda

Não sinto falta do passado. 
Olhava pras coisas como se fossem novas, como se fossem belas. Sofria daquela depressão tola de garota de 16 anos. Escrever de mais e pensar de menos.
Nada parece novo ou belo agora. Era belo porque era banal e inalcançável ao mesmo tempo. Era o que todos os outros conseguiam facilmente. Todos, menos quem escrevia.
Alguns vivem, outros escrevem. (Alguns vivem e escrevem, desses tenho inveja.)
Agora só é banal e inalcançável, não é belo. 
Porque quando se tem 16 anos, há o direito implícito de se sentir injustiçado, traído. A beleza residia nesse direito. Quando se é adulto, a culpa da injustiça é de ninguém,  apenas sua.  E é uma culpa feia, que anda lado a lado com a vergonha.
Então se cria a máscara para esconder a vergonha. Para sufocar a culpa. 
E se desfila sem rumo.
Escrevo porque a culpa é minha. Inteiramente minha.
Mas não, não sinto falta do passado.

A alma e o corpo

"Tinha vontade de fazer alguma coisa que a impedisse de voltar atrás. Tinha vontade de destruir brutalmente todo o passado de seus últimos anos. Era a vertigem. Um atordoamento, um insuperável desejo de cair.
Eu poderia dizer que a vertigem é a embriaguez causada pela própria fraqueza. Temos consciência da nossa própria fraqueza e não queremos resistir a ela, mas nos abandonar a ela. Embriagamo-nos com nossa própria fraqueza, queremos ser mais fracos ainda, queremos desabar em plena rua à vista de todos, queremos estar no chão, ainda mais baixo que o chão."

Milan Kundera - "A insustentável leveza do ser" (Tradução de Teresa Bulhões Carvalho da Fonseca)